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Governo federal recusa integrar consórcio de transporte do Entorno e amplia insatisfação de usuários

Da redação

Enquanto nega parceria com Goiás e Distrito Federal, União autoriza novos reajustes tarifários e defende proposta nacional de Tarifa Zero

Trabalhadores enfrentam rotina de superlotação e tarifas altas

O transporte coletivo no Entorno do Distrito Federal segue como um dos principais dramas enfrentados por milhares de trabalhadores que vivem em cidades como Valparaíso, Luziânia e Águas Lindas. Diariamente, a população enfrenta longas filas, ônibus superlotados, veículos sem ar-condicionado e tarifas em constante aumento para chegar a Brasília.

A responsabilidade pelo sistema é da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), vinculada ao governo federal, responsável por regular o transporte semiurbano interestadual. Cabe, portanto, à União buscar soluções para o problema, mas, na prática, pouco tem sido feito.

Governo federal rejeita consórcio e mantém sistema precário

Uma tentativa recente de mudança veio com a proposta de criação do Consórcio Interfederativo entre Goiás e o Distrito Federal, que buscava dividir a gestão, viabilizar subsídios e conter os reajustes de tarifas. O governo federal, porém, recusou participar da iniciativa. A negativa foi justificada de forma técnica e burocrática, o que, na avaliação de especialistas, demonstra falta de disposição política para enfrentar o problema.

Enquanto isso, a ANTT autorizou sucessivos aumentos de tarifa entre 2023 e 2025 — de 12%, 15% e, mais recentemente, 2,9% — sem oferecer contrapartidas de melhoria ou subsídios.

Contradição com proposta de Tarifa Zero

A recusa em integrar o consórcio contrasta com o discurso nacional do governo, que vem defendendo a implantação de uma Tarifa Zero em todo o país. A proposta, que prevê transporte público gratuito como forma de aumentar a renda e promover inclusão social, esbarra na incoerência de um governo que não consegue garantir sequer um serviço digno em sua única área de competência direta.

Para especialistas em mobilidade, o Entorno do Distrito Federal seria o ponto de partida ideal para colocar em prática o discurso da Tarifa Zero. Além de atender a uma das regiões mais afetadas pela desigualdade no transporte, representaria um gesto de coerência e responsabilidade institucional.

@EdiBrasília
@EdiBrasíliahttps://www.edibrasilia.com.br
Milton Gonçalves é jornalista e editor chefe do portal edibrasilia.com.br

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