Da redação
A corrida eleitoral de 2026 no Distrito Federal já escancara um racha profundo na esquerda local. De um lado, o PSB de Rodrigo Rollemberg aposta todas as fichas no “forasteiro” Ricardo Cappelli, ex-secretário de Comunicação do Maranhão e atual presidente da ABDI. Do outro, o PT e lideranças locais defendem nomes de dentro, como Leandro Grass, recém-filiado ao partido após articulação direta de Lula e Janja.
A estratégia do PSB
Rollemberg tenta usar Cappelli para retomar protagonismo político, mesmo sendo lembrado como um dos governadores mais impopulares da história do DF. A oficialização da pré-candidatura de Cappelli em abril de 2025 deixou quadros locais de fora e gerou resistência imediata. Internamente, a manobra é vista como uma tentativa de isolar o PT-DF e redesenhar a narrativa da esquerda na capital.
Reação do PT e aliados
A movimentação gerou forte atrito. O deputado Chico Vigilante (PT) chegou a classificar o apoio de Washington Quaquá (PT nacional) a Cappelli como “uma agressão ao PT-DF”. Militantes e lideranças locais rejeitam o “paraquedista” e apontam que a tática eleitoral deve ser definida no território, não imposta de cima para baixo.
Grass, hoje presidente do Iphan, aparece como o nome preferido do Planalto, mas ainda enfrenta resistência de setores do PSB e do PDT, que orbitam a “panelinha” liderada por Rollemberg.
O desgaste e os riscos
Além da falta de unidade, Cappelli carrega a marca de aliados impopulares, como Flávio Dino, e enfrenta críticas por sua postura agressiva em redes sociais, inclusive contra advogados – o que pode render embates com a OAB/DF. Na tentativa de colar sua imagem às demandas populares, tem anunciado promessas em regiões como Samambaia, mas é acusado por distritais da oposição de “falta de respeito” com os moradores.
