
O deputado distrital Hermeto (MDB), que também é subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), gravou um vídeo nesta semana criticando duramente a condução do reajuste salarial das forças de segurança da capital. Para o parlamentar, a postura em relação ao tema representa uma “covardia” contra policiais e bombeiros, que enfrentam há anos defasagem salarial e restrições legais de mobilização.
“Não venho como deputado distrital, não venho como líder do governo Ibaneis na Câmara Legislativa. Eu venho como subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal”, disse Hermeto no vídeo. O parlamentar destacou que fala como alguém que conhece os dois lados: o político e o operacional.
Na terça-feira (3), a Polícia Civil do Distrito Federal realizou duas assembleias gerais. Em ambas, agentes e delegados recusaram a proposta apresentada pelo governo federal. Segundo Hermeto, esse impasse não atinge apenas a categoria, mas toda a estrutura da segurança pública do DF. Ele lembrou que, diferentemente da Polícia Civil, a Polícia Militar não pode se organizar em sindicato, nem realizar greve ou paralisações. “Isso nos fragiliza como categoria”, afirmou.
O deputado destacou ainda que o governador Ibaneis Rocha (MDB) encaminhou um estudo técnico comprovando que o reajuste seria viável financeiramente. Mesmo assim, o governo federal tem insistido em oferecer um valor abaixo do reivindicado. “O governador Ibaneis Rocha apresentou um estudo técnico. Esse estudo comprova que há condições de pagar o reajuste. Mas o governo federal ignora os números e insiste em oferecer menos”, disse.
Hermeto lembrou que a PMDF já foi referência em remuneração no país, mas atualmente convive com perdas salariais acumuladas e condições de trabalho precárias. “Enquanto isso, as forças de segurança estão sucateadas, com salários atrasados e defasados”, afirmou.
Para o deputado, o problema ultrapassa a questão financeira e se insere em um cenário de disputa política. Ele acusa o governo federal de usar a categoria como alvo por não aceitar a autonomia política do Distrito Federal. “O que está acontecendo é perseguição política. O governo federal não aceita que o DF não seja comandado por seus aliados de esquerda. E transforma a nossa categoria em alvo dessa disputa”, declarou.
Encerrando sua manifestação, o parlamentar reforçou o tom de indignação: “Isso é injusto. Isso é covarde”.