SEEDF lança Protocolo Antirracista para combater o racismo nas escolas do DF

Documento será submetido à consulta pública entre julho e agosto e prevê ações pedagógicas e medidas institucionais

A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) lançará, no segundo semestre deste ano, o Protocolo Antirracista, uma ferramenta institucional que tem como objetivo orientar gestores, professores e toda a comunidade escolar no enfrentamento ao racismo e na promoção da equidade racial no ambiente educacional.

A iniciativa, elaborada pela Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin), é uma resposta pedagógica e coletiva à intolerância racial nas escolas, e surgiu a partir de debates promovidos em uma audiência pública organizada pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) em 2024. O protocolo é também uma das ações implementadas em cumprimento à Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ), instituída pelo Ministério da Educação.

Segundo a subsecretária Vera Barros, o documento representa um passo importante para reduzir as desigualdades raciais nas escolas públicas do DF. “A construção coletiva do protocolo nos permite vislumbrar uma escola mais justa, plural e democrática”, afirmou.

Consulta pública aberta

Antes do lançamento oficial, o documento será submetido à consulta pública nos meses de julho e agosto, no site da SEEDF. A participação da comunidade escolar é considerada essencial para aprimorar a proposta. As contribuições recebidas serão analisadas e incorporadas à versão final do protocolo.

De acordo com Patrícia Melo, diretora de Educação em Direitos Humanos e Diversidade da SEEDF, o protocolo será um divisor de águas na orientação de fluxos institucionais relacionados à prevenção e combate ao racismo nas escolas. “A escola deve ser um espaço seguro e inclusivo, livre de qualquer tipo de violência ou discriminação”, pontuou.

Princípios do Protocolo Antirracista

O documento tem caráter pedagógico e coletivo, e apresenta princípios como:

  • Proteção prioritária às vítimas
  • Escuta qualificada
  • Celeridade nas respostas
  • Responsabilização pedagógica
  • Abordagem interseccional

Também estão previstas ações de formação continuada para professores, adaptações no currículo escolar, fortalecimento das relações étnico-raciais e a criação de canais internos para denúncias de racismo, acessíveis tanto a alunos quanto a servidores.

Documento criado pela SEEDF trabalha para que o ambiente escolar seja um espaço livre de qualquer tipo de discriminação | Foto: Jotta Casttro/SEEDF

A elaboração do protocolo envolveu a participação de um grupo de trabalho composto por estudantes, docentes, psicólogos, gestores e representantes de diversas áreas da SEEDF, com o apoio de órgãos como o Núcleo de Enfrentamento à Discriminação (NED), a Delegacia de Crimes por Discriminação (Decrin) e o MPDFT.

Ações já em curso

Apesar de ainda não lançado, ações previstas no protocolo já estão sendo implementadas nas escolas da rede pública, fortalecendo a política de combate ao racismo de forma sistemática e preventiva.

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Milton Gonçalves é jornalista e editor chefe do portal edibrasilia.com.br

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