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DF registra aumento de transplantes nos quatro primeiros meses de 2025

Entre janeiro e abril de 2025, foram realizados 655 transplantes, com ênfase em urgência e estrutura hospitalar de excelência

O Distrito Federal segue como destaque nacional na área de transplantes de órgãos e tecidos, com 655 procedimentos realizados entre janeiro e abril de 2025, sendo 599 de urgência. O número representa um aumento de 6,5% em relação ao mesmo período de 2024. O DF é referência no país, com estrutura hospitalar especializada e profissionais altamente capacitados.

O DF realiza transplantes de coração, rim, fígado, pele, córneas e medula óssea, tanto na rede pública quanto privada. Apenas o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) está habilitado para transplantes de pele. Já o Hospital de Base, o Hospital Universitário de Brasília (HUB) e o Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF (ICTDF) concentram os demais procedimentos, com o ICTDF sendo o único no DF a fazer transplantes cardíacos pelo SUS, inclusive em crianças.

Segundo o superintendente do ICTDF, Marcos Antônio Costa, o sucesso da rede se deve à estrutura qualificada. “Nossos profissionais são de altíssima qualidade, muitos oriundos do InCor de São Paulo, o que nos permite atuar como centro de referência nacional”, afirmou.

Desde 2009, o ICTDF já realizou mais de 2.800 transplantes, sendo:

  • 878 de fígado,
  • 806 de medula óssea,
  • 452 de rim,
  • 426 de coração,
  • 244 de córnea.

Em 2025, até o mês de junho, foram 133 transplantes realizados.

Logística e desafios

Coordenadas pela Central Estadual de Transplantes (CET), as cirurgias exigem uma logística complexa. A viabilidade do órgão doado, a preparação do receptor e a rapidez no transporte são fundamentais, já que cada órgão tem um tempo limitado para ser transplantado após a retirada — o chamado tempo de isquemia:

  • Coração: 4 horas
  • Fígado: 12 horas
  • Rins: até 48 horas

O processo envolve o apoio da Força Aérea Brasileira, Detran, Corpo de Bombeiros e companhias aéreas. “Sem logística integrada e sem doadores, o sistema não funciona”, explica Maria de Lourdes Worisch, gerente do ICTDF.

A diretora da CET-DF, Daniela Salomão, reforça a importância da doação: “Sem doador, não há transplante. Temos mais pacientes aguardando do que órgãos disponíveis. É essencial conversar com a família e deixar clara a vontade de doar”.

Testemunho de superação

O empresário Robério Melo, transplantado de fígado em 2017, é exemplo de como o procedimento pode salvar vidas. Diagnosticado com cirrose hepática e em estado grave, ele passou apenas uma semana na fila antes de ser operado, graças à doação de um jovem de 19 anos com morte encefálica.

“O transplante me salvou. A equipe do ICTDF é extremamente humanizada e comprometida”, relata. Robério fundou o Instituto Brasileiro de Transplantados (IBTx), que já ajudou mais de 120 pessoas de outros estados com suporte emocional, jurídico e material.

Ele destaca que o sistema de transplantes do SUS é auditável e confiável. “Posso afirmar com segurança: o transplante salva vidas. Eu sou prova viva de que o SUS funciona e salvou a minha vida.”

Liderança nacional

A gerente geral de Assistência do ICTDF, Maria de Lourdes Worisch, conta que existe uma logística complexa para fazer com que os órgãos doados cheguem aos pacientes: “A equipe precisa estar pronta, o hospital pronto, material pronto

O Brasil tem o maior sistema público de transplantes do mundo, coordenado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). O DF, graças à sua infraestrutura e expertise, participa ativamente da rede nacional, captando órgãos em outros estados e realizando cirurgias de alta complexidade.

O Ministério da Saúde reforça que a fila de transplantes é única e nacional, respeitando critérios médicos e de compatibilidade. O SNT também atua em campanhas educativas e formação de profissionais, visando ampliar a conscientização e o número de doadores no país.

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Milton Gonçalves é jornalista e editor chefe do portal edibrasilia.com.br

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