Desfile de 7 de Setembro em Brasília tem baixa adesão e ausência do STF

Evento marcado por baixa adesão popular e ausência do STF reflete crise política, enquanto manifestações paralelas pela anistia ganham força

Evento promovido pelo governo Lula para exaltar soberania nacional foi marcado por arquibancadas vazias, críticas da oposição e manifestações paralelas em todo o país

O desfile cívico-militar de 7 de Setembro de 2025, realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi marcado por público menor que o esperado, ausência de todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e forte repercussão política. Organizado pelo Palácio do Planalto sob o lema “Brasil Soberano”, o evento buscava reforçar o discurso de defesa da soberania diante de sanções impostas pelos Estados Unidos, mas acabou sendo classificado pela oposição como um “vexame histórico”.

Arquibancadas vazias e apelo patriótico

Embora a Agência Brasil tenha estimado 30 mil pessoas, as arquibancadas montadas para 50 mil apresentavam grandes espaços vazios, fato amplamente registrado por veículos de imprensa. A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da primeira-dama Janja, do vice Geraldo Alckmin e de ministros, além da apresentação da Esquadrilha da Fumaça e bandeiras gigantes com o slogan oficial.

STF ausente

Nenhum dos 11 ministros do Supremo compareceu ao desfile. A ausência foi interpretada como sinal do distanciamento entre Executivo e Judiciário em meio à crise política. Em 2024, seis ministros haviam participado da celebração. Desta vez, o tribunal enfrenta tensões adicionais, agravadas pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, iniciado em 2 de setembro, por suposta tentativa de golpe de Estado.

Polarização nas ruas

Enquanto o desfile governista foi criticado pelo esvaziamento, a oposição promoveu atos em pelo menos 20 capitais, com destaque para São Paulo, onde manifestações na Avenida Paulista defenderam a anistia aos condenados do 8 de janeiro. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) afirmou que “o perdão é o melhor remédio para pacificar o país”. Paralelamente, o tradicional “Grito dos Excluídos”, apoiado por movimentos sociais e lideranças de esquerda, reuniu militantes em defesa de pautas como a taxação de super-ricos e o fim da anistia.

Impacto político

A baixa adesão popular ao desfile e a ausência do STF alimentaram críticas de que o governo Lula enfrenta dificuldades em transformar o 7 de Setembro em vitrine política. Pesquisas recentes indicam aumento da desaprovação no Distrito Federal, reforçando o desgaste. Para a oposição, o contraste entre arquibancadas vazias em Brasília e manifestações cheias em outras capitais expõe a fragilidade da estratégia governista.

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Milton Gonçalves é jornalista e editor chefe do portal edibrasilia.com.br

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