Em carta ao presidente dos EUA, Ibaneis Rocha destaca menor índice de homicídios em 48 anos no DF e defende relações diplomáticas para pacificar crise

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira (12), em um movimento estratégico para fortalecer o diálogo entre Brasil e EUA em meio a tensões comerciais e políticas. Na correspondência, Ibaneis destacou o sucesso de sua gestão na segurança pública, apontando que o Distrito Federal registrou o menor índice de homicídios dos últimos 48 anos, e defendeu a força das relações diplomáticas como alternativa às disputas ideológicas que marcaram a relação entre o governo Lula e Trump.
A iniciativa reforça a liderança de Ibaneis entre governadores de direita, que buscam unificar a oposição em defesa da liberdade e da pacificação do Brasil. Na carta, Ibaneis afirmou: “Diferentemente do atual governo federal, acredito no diálogo e na força das relações diplomáticas.”
Ele criticou a postura do governo Lula, que, segundo ele, prioriza divergências político-partidárias em detrimento de negociações pragmáticas com os EUA, especialmente após as tarifas de 50% impostas por Trump a produtos brasileiros, como resposta à perseguição a Jair Bolsonaro e à censura de empresas americanas. Ibaneis argumentou que interesses geopolíticos e comerciais devem estar acima de conflitos ideológicos, propondo canais de negociação produtivos para mitigar os impactos econômicos das sanções.
O destaque dado à segurança pública no Distrito Federal não é apenas uma vitrine de sua gestão, mas uma tentativa de mostrar resultados concretos que contrastem com a crise nacional. Dados apresentados por Ibaneis indicam uma redução significativa nos homicídios, um feito que ele atribui a políticas públicas eficazes e que pode servir de exemplo em negociações internacionais.
A carta também reflete o posicionamento de Ibaneis como articulador da direita, alinhado com governadores como Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG), que, em reunião no dia 7 de agosto, discutiram estratégias para enfrentar o tarifaço americano e apoiar pautas como a anistia aos condenados do 8 de janeiro e o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.
A iniciativa de Ibaneis ocorre em um momento crítico. As sanções da Lei Magnitsky contra Moraes, impostas em 30 de julho, e a prisão domiciliar de Bolsonaro intensificaram a polarização no Brasil. A oposição, liderada por figuras como o senador Eduardo Girão e o deputado Sóstenes Cavalcante, pressiona o Congresso para pautar a anistia e o impeachment, vistos como passos essenciais para a pacificação.
Ibaneis, ao se dirigir diretamente a Trump, busca não apenas influenciar a política externa, mas também reforçar sua posição como um líder moderado capaz de dialogar com atores internacionais e domésticos, sem endossar extremismos.
Ibaneis reforça sua estratégia de posicionar o Distrito Federal como um modelo de gestão e diálogo, em contraste com a postura de confronto adotada pelo governo federal.
A pacificação do Brasil, defendida por Ibaneis e outros governadores de direita, depende de ações concretas no Congresso e de uma reaproximação com os EUA. Ao destacar resultados como a redução de homicídios e apelar ao diálogo, Ibaneis tenta pavimentar um caminho de conciliação que beneficie tanto o DF quanto o país. Resta saber se sua aposta na diplomacia convencerá Trump a rever as tarifas e se o Congresso, pressionado pela oposição, avançará nas pautas de anistia e impeachment, atendendo ao clamor por liberdade e estabilidade.
Fonte: Ricardo Callado