Da redação
Presidente do PL-DF manifesta incômodo com decisão de Jair Bolsonaro e causa tensão interna às vésperas de 2026

Disputa interna no PL
A escolha de Flávio Bolsonaro como pré-candidato do PL à Presidência em 2026 provocou um racha no partido no Distrito Federal. A presidente regional da sigla, deputada federal Bia Kicis, demonstrou insatisfação com a decisão anunciada por Jair Bolsonaro, que cumpre pena na carceragem da Polícia Federal em Brasília. A deputada defendia o nome de Michelle Bolsonaro para a disputa, movimento que, segundo aliados, abriria caminho para ela própria concorrer ao Senado.
Candidatura de Flávio e disputa por espaço
A indicação de Flávio, vista por lideranças do PL como uma estratégia para unificar bolsonaristas e atrair o Centrão, contrariou os planos de Kicis. Segundo integrantes do partido, a deputada afirmou em conversas internas que Michelle seria “mais competitiva” e fortaleceria o grupo no DF. A reação surpreendeu até o ex-presidente. Uma liderança do PL declarou ao O Globo que “Bia está olhando pro próprio umbigo, ignorando que Flávio une o partido nacionalmente”.
Contexto local e desgaste político
O episódio ocorre em um momento em que o PL-DF busca reorganização em um cenário dominado pelo governador Ibaneis Rocha, que tem 63% de aprovação, segundo pesquisa Real Time Big Data de novembro. O movimento de Kicis foi interpretado por dirigentes como um gesto de desgaste interno e risco de isolamento político. Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, acompanha o impasse e avalia um possível enquadramento.
Pressão por unidade no DF
A preferência de parte da base por perfis moderados — como o do próprio Flávio — reforça o distanciamento da ala mais radical do bolsonarismo. No DF, onde conservadores têm buscado pragmatismo e alianças amplas, a divisão interna gera preocupação. Se o clima não arrefecer, Bia Kicis pode perder espaço dentro da legenda às vésperas da montagem das chapas de 2026.




