População de rua dobra em 2 anos e chega a 345 mil no governo Lula

Número de moradores de rua mais que dobrou desde 2023, apesar de plano bilionário para combater miséria urbana

O número de pessoas em situação de rua no Brasil atingiu 345 mil em 2025, mais que o dobro dos 160 mil registrados em dezembro de 2023, antes do início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dados, divulgados pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mostram um aumento de 115% em menos de dois anos, conforme reportado pela Revista Oeste. O crescimento contrasta com o Plano Ruas Visíveis, lançado pelo governo federal em 2023, que previa R$ 1 bilhão em investimentos para reduzir a miséria urbana por meio de ações em 11 ministérios, abrangendo assistência social, habitação, saúde e trabalho.

O estudo da UFMG aponta que o Sudeste concentra 60% dessa população, com São Paulo liderando (146.940 pessoas), seguido por Rio de Janeiro (31.693), Minas Gerais (31.410), Bahia (15.045) e Paraná (13.854). O perfil demográfico indica que 85% são homens, 70% são negros, 10 mil têm menos de 17 anos e 32 mil são idosos acima de 60 anos. A maioria vive em calçadas, praças ou ocupações improvisadas, sem acesso a abrigos. Fatores como crise econômica, inflação, déficit habitacional e demora na execução de políticas sociais são apontados como causas do aumento, agravado pela saída da pandemia e desemprego informal.

O governo Lula atribui o crescimento à melhoria na identificação de pessoas em situação de rua pelo Cadastro Único, mas críticos, como o cientista político Luiz Ramiro, do IESP-UERJ, questionam a eficácia do assistencialismo petista, apontando que programas como o Plano Ruas Visíveis não entregaram resultados esperados. A decisão do STF, em julho de 2023, de proibir a remoção compulsória de moradores de rua, confirmada pelo plenário, também é citada como um fator que pode ter influenciado o aumento, com 71,9 mil novas famílias registradas entre agosto de 2023 e julho de 2024.

O Ministério do Desenvolvimento Social não divulgou novos dados após julho de 2024, e o Planalto não se manifestou oficialmente sobre as críticas até o fechamento desta matéria.

Fonte: Portal do Callado

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Milton Gonçalves é jornalista e editor chefe do portal edibrasilia.com.br

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