Área técnica recomenda aprofundar apuração sobre uso de recursos públicos e possível promoção pessoal do presidente da agência

O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou indícios de uso indevido de recursos públicos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e recomendou o prosseguimento de uma representação que questiona a execução de um contrato de publicidade da entidade. A apuração envolve o presidente da agência, Ricardo Cappelli, pré-candidato ao Governo do Distrito Federal pelo PSB, e foi apresentada pelo deputado distrital Daniel de Castro (PP).
A recomendação consta de parecer da 4ª Diretoria da Unidade de Auditoria Especializada em Contratações, que aponta possíveis irregularidades na execução do Contrato nº 25/2022. Entre os problemas elencados estão a ausência de justificativa técnica para um aditivo contratual, a gestão de impulsionamentos por servidores e terceirizados e a veiculação de conteúdos de natureza política com recursos da agência.
Impulsionamentos e custos sob análise
De acordo com o documento técnico, foram identificados 798 impulsionamentos realizados entre agosto de 2024 e outubro de 2025. Os custos estimados variam de R$ 156 mil a R$ 220 mil. Para a área técnica, os elementos reunidos sugerem desvio de finalidade na utilização da verba pública destinada à comunicação institucional.
Diante dos indícios, a unidade propôs a concessão de um prazo de 15 dias para que a ABDI apresente esclarecimentos sobre os fatos apontados no processo.
Trâmite no TCU
O caso foi encaminhado ao relator, ministro Bruno Dantas, que deverá elaborar voto para posterior apreciação pelo Plenário do TCU. Ainda não há data definida para o julgamento.
Em manifestação, Ricardo Cappelli afirmou que a ABDI ampliou suas atividades institucionais e a presença em veículos de comunicação durante sua gestão, sustentando que sua comunicação pessoal não tem vínculo com a agência.






