Acusado de montar estrutura eleitoral dentro da ABDI, Ricardo Cappelli vira alvo de requerimentos e pode ser investigado pelo MPF e TRE-DF

Da redação

Denúncias relatam uso de servidores, equipamentos e instalações da agência para atividades políticas; senadora Damares Alves cobra explicações ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Supostas irregularidades na Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) colocaram o presidente do órgão e pré-candidato ao Governo do Distrito Federal, Ricardo Cappelli (PSB), no centro de requerimentos no Senado e de pedidos de investigação no Ministério Público Federal (MPF) e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF). As denúncias, apresentadas por ex-integrantes da equipe e protocoladas nesta sexta-feira (14), afirmam que a estrutura federal estaria sendo usada para produção de conteúdo político, monitoramento de redes sociais e ataques a adversários.

Segundo os relatos, um espaço no Edifício Ariston, no Setor Comercial Sul, teria sido montado como um “núcleo de campanha”, equipado com cinco celulares e cinco notebooks recém-adquiridos. A operação, sob coordenação do gerente de marketing da ABDI, Bruno Trezena, envolveria servidores da agência dedicados à criação de vídeos, simulação de presença digital e ações direcionadas ao ambiente eleitoral.

As acusações citam possíveis violações à Lei 9.504/97, que proíbe o uso de bens públicos em campanhas, e à Lei 8.429/92, que trata de improbidade administrativa. Ex-funcionários afirmam que parte da equipe estaria priorizando agendas políticas em detrimento das funções institucionais da ABDI.

No Senado, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) apresentou requerimento ao ministro Geraldo Alckmin, solicitando informações sobre contratos de publicidade dos últimos 24 meses, dados orçamentários da área de comunicação e eventuais apurações internas. “É inadmissível que um órgão federal vire comitê eleitoral. Cappelli precisa explicar isso ao Brasil”, afirmou.

Os pedidos de investigação encaminhados ao MPF e ao TRE-DF podem resultar em apurações formais sobre campanha antecipada e abuso de poder político, infrações que podem acarretar multas, cassação de registro e inelegibilidade.

Até o momento, não há manifestação pública da ABDI ou de Ricardo Cappelli sobre as denúncias.

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Milton Gonçalves é jornalista e editor chefe do portal edibrasilia.com.br

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