Da redação

A disputa eleitoral de 2026 no Distrito Federal expõe uma fragilidade inédita da esquerda, que enfrenta desgaste nacional e divisão interna. O cenário é agravado pela alta desaprovação de Luiz Inácio Lula da Silva no DF — 59,7% em agosto, segundo a Paraná Pesquisas — e pela percepção de que a relação do Planalto com o governo local se transformou em confronto político.
Fragmentação e racha interno
Enquanto o PT tenta consolidar Leandro Grass, recém-filiado ao partido, como nome competitivo, o PSB de Rodrigo Rollemberg insiste em lançar Ricardo Cappelli, ex-secretário de Comunicação do Maranhão, como pré-candidato. A escolha divide o bloco progressista: dirigentes como Chico Vigilante e Érika Kokay criticam a imposição de candidaturas de fora, e até aliados históricos, como Geraldo Magela, reconhecem nos bastidores a dificuldade de enfrentar a centro-direita.
O trio favorito
Na outra ponta, a base governista do DF caminha em sintonia. A vice-governadora Celina Leão (PP) lidera as intenções de voto para o Palácio do Buriti, com 36,6%, segundo levantamento do Paraná Pesquisas, amparada em programas sociais como o Espaço Acolher, voltado a vítimas de violência doméstica.
Já o governador Ibaneis Rocha (MDB) aparece como favorito ao Senado, com 35,6%, capitalizando o desempenho de sua gestão — entre os destaques, o lucro recorde de R$ 518 milhões do BRB no primeiro semestre de 2025 e a queda histórica dos índices de homicídios.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) também desponta com força, com 36% de intenção de voto para o Senado, atraindo o eleitorado conservador que rejeita candidaturas ligadas ao PT e ao PSB.
Desgaste nacional afeta o DF
Decisões do STF, como a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e medidas polêmicas do ministro Alexandre de Moraes, têm ampliado a percepção de politização da Justiça e reforçam a rejeição a partidos de esquerda no DF. Paralelamente, críticas a atrasos em repasses federais à capital alimentam o discurso de que Lula estaria “punindo” o governo local.
Cenário para 2026
Com a esquerda dividida e desgastada, analistas políticos avaliam que a centro-direita entra na corrida com vantagem consolidada. A combinação de Celina, Ibaneis e Michelle constrói um bloco competitivo em todas as frentes eleitorais, enquanto o PT e o PSB ainda buscam superar disputas internas para se manter relevantes.
Com informações Portal do Callado